Paris, 04 Set (Lusa) - Investigadores decifraram pela primeira vez o genoma completo de uma só pessoa, abrindo caminho ao estudo do património genético individual para alcançar uma medicina personalizada, revela a revista PLoS Biology na sua última edição.
O estudo, iniciado em 2003, foi conduzido por investigadores do Craig Venter Institute, nos Estados Unidos, de Toronto e da Universidade da Califórnia em San Diego.
Foram analisados dois conjuntos de 23 cromossomas - cada um herdado de cada um dos pais do indivíduo analisado - e verificou-se um alto nível de variações genéticas entre os dois grupos de cromossomas.
O investigador Craig Venter, fundador do Instituto com o mesmo nome, considerou que se tratou "provavelmente da primeira e última vez" que se fez este tipo de decifragem do genoma de um só indivíduo, dado o elevado custo (de dezenas de milhares de dólares) e do tempo envolvido nesta técnica de decifragem.
Mas dentro de três a cinco anos devem surgir novas técnicas que permitirão conseguir uma decifração mais rápida e barata e identificar cerca de 10 mil genomas humanos, estimam os cientistas, que consideram que será o início da genómica individual.
Craig Venter sublinhou que a investigação veio mostrar que as variações entre duas pessoas "são sete vezes maiores do que apontavam estimativas anteriores" e que o homem "é verdadeiramente único a nível genético".
"Os resultados sobre a variabilidade do genoma humano são interessantes mas por si só não trazem nada de novo sobre o conhecimento das doenças genéticas", comentou à agência France Press Jean Weissenbach, director do Génoscope, centro francês de genética molecular.
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